domingo, 21 de julho de 2013

Você está certo? Você está salvo? Por que você acha que vai para o céu?

Eu tenho evitado de escrever e falar sobre religião, salvação, libertação e coisas desse tipo. Primeiro,porque como  ser humano, não tenho certeza de nada. Segundo por não querer me expor. Mas, hoje eu preciso falar, meus dedos não querem parar.Todos acham que estão certos, que sua  religião é perfeita, que sua voz é de Deus, que são intocáveis. Mas quem garante isso? Ninguém nunca me deu certeza de nada.

Tenho circulado pelas mídias sociais, e tenho me comunicado com católicos,protestantes, budistas, umbandistas e ateus. Nossa! que variedade. Mas, todos eles são iguais, num só ponto: todos são salvos. Todos foram eleitos para estarem com Jesus.! E é aí que começa a briga. Um não que ser igual ao outro. Um é melhor que o outro. Os cristãos, crentes ou seja lá como devemos chamar, juram de pés juntos que estão com a verdade. Não cultuam imagens, mas critica quem o faz,(que feio!), criticam seu irmãos de fé(mas de denominações diferentes), por usar a mídia social e por ser uma pessoa informada e atualizada e por discutir temas atuais.

 Aí eu pergunto: pela Bíblia, Jesus era uma pessoa alheia ao que acontecia ao seu redor? Claro que não! Ele sabia de tudo, era um cidadão que cumpria seus deveres. Então, eu me pergunto: por que querem que eu seja separado, melhor que os outros? E não adianta dizer que eu não entendi o contexto, porque isso  eu entendi e muito bem.

Durante 16 anos peregrinei em algumas igrejas evangélicas de Ribeirão Preto, e não permaneci. Dizem que foi por "olhar para os homens e não para Deus". Pode ser. Mas como não olhar para o homem se o pastor que gritava, pulava e pregava a Bíblia, com toda santidade, em casa espancava a mulher e os filhos? Como não olhar para os homens se o "meu" pastor  comentava com você  que seus companheiros pastores de outras denominações prevaricavam?

Nesses dezesseis anos de igreja evangélica, vi e ouvi muita coisa feia que me levou cada vez para mais longe. Mas, também faço algumas ressalvas. Conheci pessoas que merecem meu respeito e total consideração.

Mas o meu objetivo, aqui, não foi crucificar a igreja evangélica, longe de mim. Mas o que me irrita,profundamente é ver pessoas falíveis, sejam elas de que religião for, usar a mídia para criticar  os "irmãos" e falar asneiras.  Pessoas que "criaram" igreja, falando de outras. Cantores "santos", criticando  outros cantores da música Gospel, ´porque usam a mídia e são chamados de "profanadores". Por favor! Esses cantores alcançam muito mais pessoas com a sua música, fazendo a diferença, do que  esses  críticos, que restringem sua música "santa" a meia dúzia de pessoas , que privam de sua amizade e dos seus cultos, num total  "afagamento" mútuo de ego.  Sinto muito, não concordo com isso mesmo.

  Conheço a Bíblia, mas nem por isso vou passar minha vida com ela embaixo do braço, mostrando uma vida santa para uns e o caos para minha família.
Faço "missões" com minha família, meu vizinho. Não preciso passar fome, andar a pé , numa tentativa esdrúxula de juntar dinheiro para ir para a Africa. O que eu vou dar para eles? Mais sofrimento?

Por que eu, que frequento uma igreja evangélica, não posso gostar das canções do Padre Fábio  de Melo? Não entendo. Gosto não se discute, apenas respeita-se. O mesmo deveria acontecer com as religiões , o que nunca acontece. Cada um quer ser melhor e mais santo. Aff!
Vou parar por hoje. Quem sabe volto em outra ocasião.

Márcia Assunção

Chego a crer que alguns desajustes sociais e mentais – aí incluindo os espirituais – derivam desta incompreensão. Não tem aquela turma que ataca as religiões e o que se supõe Senhor delas? Não tem os ateus? Convença-me de que não possuem religiosidade! Estes podem não dispor, nem querer, aproximação da tal religião, mas se são bípedes pensantes, do tipo que chora, ama, sente dor pena e esperança… ah, são religiosos.
A religiosidade pra mim sempre teve a ver com algo supremo, que rege tudo. Por um tempo confundi com o conjunto de normas de uma religião, porém nada tem mais discrepância em sua essência. É que na religião há o público, a coerção, a vexação e o risco da temida expulsão. Abominável para este ser chamado humano. Na religiosidade a coisa é diferente. Tem um conforto que abraça, uma paz que preenche e uma razão irascível que explica o que à lógica não convém. Já não se trata de parar um dia sob pena de disciplina, mas de o fazer pela gratidão de uma oferenda. Na religiosidade natural e espontânea não cabe o medo da inadequação por demérito, mas a ação movida pelo amor de quem tem todo o mérito.
É claro que você pode dizer que isto não é religiosidade, tem outro nome. Pode ser, mas não sei se muda não. A minha religiosidade provém da necessidade inerente de Deus e escolhi uma religião que se pautasse pelo que Ele pediu. Tenho, todavia, consciência de que o Eterno tem muitos filhos, em muitos lugares e pra cada um deles uma linguagem, uma religião, uma porta de entrada. Por isto anseio pelo dia em que todas as barreiras cairão e as placas já não mais imperiosas serão.
As religiões se desfarão ante à verdadeira religiosidade que brota do amor supremo e puro por Deus ou do dEle por nós, por mim. Este milagre e mistério eu ainda não compreendi direito, mas é que na minha religiosidade cabem dúvidas que o contentamento sufoca. Sou religiosa, porque sou humana.



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