Ainda não estou assustada! Deveria?! Acho que não. À minha volta não vejo ninguém preocupado com a situação do Estado, que enfrenta ataques variados, há muitos dias. A única preocupação que vejo, é com os horários de ônibus.Se esta situação estivesse sendo vivida, em Ribeirão Preto, por exemplo, ninguém sairia de casa após as 18 horas.Aqui, talvez contagiada pelo clima de tranquilidade da população, fui até tomar um chopinho. O que mais se ouve por aqui é: "aqui só quem morre é nóia".
Mas, enquanto escrevo, o barulho do helicóptero sobre minha cabeça, o giroflex da Polícia e as notícias da televisão me lembram que a situação está difícil, que o "Salve" do PGC existiu (ou não?) e que, apesar da pronta resposta da Polícia( por sinal merece ser parabenizada), a tendência é se intensificar. E, para atrasar o meio de campo, ainda existe a Lei, de 19e bolinha que não deixa ninguém ser presa até depois das eleições, salvo em flagrante ou por crime hediondo. Quando o Código Penal foi redigido, não havia PCC, PGC, "Di menor" e essas coisas. Só ladrão de galinhas e de cavalos.(kkkkkkkkkkkk).
O número de ataques subiu para 52, em 13 cidades, e o DEIC confirmou que a terceira ordem para a terceira onda de ataques em Santa Catarina foi dada por detentos catarinenses que foram transferidos para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. De acordo com a polícia Civil, a mensagem dos ataques, (O Salve),(A gíria é interna e comumente usada em grupos criminosos), foi recebida por integrantes da facção criminosa do Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis e retransmitida para membros de todo o estado.
No início, como tudo aconteceu repentinamente, "do nada", cheguei inclusive a acreditar ser uma manobra eleitoreira. O apresentador Datena também chegou a aventar a hipótese, inclusive porque, o jargão dos mais afoitos e defensores do atual Governo de Santa Catarina é que se " os bandidos não querem o atual Governador, aí é que ele tem que permanecer".
DIÁRIO CATARINENSE E AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Advogados que atuam a serviço dos membros da quadrilha e adolescentes responsáveis por ataques a bases policiais e incêndios de ônibus continuam, ao que tudo indica, sendo parte importante desta quarta onda de atentados, assim como já tinha ocorrido em 2012 e 2013, conforme apontou a investigação policial em torno do crime organizado em Santa Catarina.
Do lado de fora das cadeias os presos contam com a utilização de adolescentes no crime. A tática usada pelo PGC está, inclusive, em uma cartilha instituída para divulgar as diretrizes a serem seguidas para que eles possam ascender na organização criminosa. O público alvo é chamado "de menor" e o texto recomenda que eles representem a facção e o "crime correto".
As revelações fazem parte do processo criminal que trata do assassinato da agente penitenciária Deise Alves, executada por integrantes da quadrilha em 26 de outubro de 2012, episódio anterior ao que viria a ser a primeira onda de atentados. A cartilha explica que a expressão "crime correto" significa basicamente vender drogas e praticar atentados.
Tratada como documento pelo PGC, garante aos seguidores das regras espaço no local onde atuam. Isto significa ser responsável por alguns pontos de venda de drogas e ficar com parte dos lucros, divididos com o bando.
Estratégia para fugir de missões
Durante todas as ondas de ataques, a participação da faixa etária em questão se tornou evidente. Nas duas primeiras séries de violência, foram 21 apreensões de suspeitos com menos de 18 anos. Interceptações revelaram que, sem querer se expor nas missões de atear fogo em ônibus ou atirar em prédios de segurança, os interlocutores sugerem "pegá uns muleque" ou "arranja uma gurizada". Na atual onda de ações terroristas, já há oito adolescentes apreendidos.
Advogados continuam servindo de elo de comunicação ao PGC
Conforme declaração do governador em exercício Nelson Schaefer Martins terça-feira à coluna Visor, de Rafael Martini, um advogado a serviço do PGC teria entregue à Justiça um manifesto de detentos da Penitenciaria de São Pedro de Alcântara reivindicando melhoria na unidade prisional. A carta foi publicada no Diário Catarinense de ontem.
Além disso, mensagem de texto a que o DC teve acesso, disseminando a ordem para execução de atentados, cita a participação de um "gravata" (advogados) na divulgação do último "salve-geral" (ordem de ataque). Há mais além da relação profissional, como revelam escutas telefônicas. Os gravatas levam e trazem cartas, recados e até cartões de memória com áudios e vídeos. Alguns advogados também recebem ligações diretas de detentos, via celulares, como revelaram os processos judiciais referentes ao crime organizado.

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